domingo, 8 de abril de 2018

Fundação de Cuiabá


Monumento a Pascoal Moreira Cabral em Cuiabá

É oficialmente fundada em 8 de abril de 1719 a cidade de Cuiabá, atual capital do estado de Mato GrossoTermo firmado nessa data pelo bandeirante paulista, Pascoal Moreira Cabral e seus comandados dá notícia do descobrimento de ouro no Coxipó e do surgimento do arraial:

Aos oito dias do mês de abril de mil setecentos e dezenove anos, neste arraial de Cuiabá, fez junta o capitão-mor Pascoal Moreira Cabral com seus companheiros e lhes requereu a eles este termo de certidão para a notícia do descobrimento novo que achamos no rio Coxipó, invocação de Nossa Senhora da Penha de França, depois que foi o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, com as amostras que levou do ouro ao Senhor General com a petição do dito capitão-mor, fez a primeira entrada onde assistiu um dia e achou pinta de um vintém, de dois e de quatro vinténs e meia pataca, e a mesma pinta fez na segunda entrada, em que assistiu sete dias, e todos os seus companheiros, às suas custas, com grandes perdas e riscos, em serviço de sua Real Majestade e como de feito tem perdido oito homens, fora negros, e para que todo o tempo vá isto a notícia de Sua Real Majestade e seus governos para não perderem seus direitos e por assim ser verdade nós assinamos neste termo, o qual eu passei e fielmente a fé do meu ofício como escrivão deste arraial. Pascoal Moreira Cabral, Simão Rodrigues Moreira, Manoel dos Santos Coimbra, Manoel Garcia Velho, Baltazar Ribeiro Navarro, Manoel Pedroso Louzano, João de Anhaia de Lemos, Francisco de Siqueira, Ascenso Fernandes, Diogo Domingos, Manoel Ferreira, Antonio Ribeiro, Alberto Velho Moreira, João Moreira, Manoel Ferreira de Mendonça, Antonio Garcia Velho, Pedro de Góes, José Fernandes, Antonio Moreira, Ignácio Pedroso, Manoel Rodrigues Moreira, José da Silva Paes.

 
No mesmo dia, mês e ano atrás nomeados, elegeu o povo em voz alta o capitão-mór Pascoal Moreira Cabral por seu guarda-mór regente até a ordem do Senhor General para poder guardar todos os ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer composições com os mineiros e botar bandeiras, tanto aurinas como aos inimigos bárbaros, e visto elegerem ao dito lhe acatarão o respeito que poderá tirar autos contra aqueles que forem régulos, como é amotinador e aleves, que expulsará e perderá todos os seus direitos e mandará pagar dívidas e que nenhum se recolherá até que venha o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, o que todos levamos a bem hoje, 8 de abril de 1719 anos, e eu Manoel dos Santos Coimbra, escrivão do arraial, que o escrevi. – Pascoal Moreira Cabral.


A bandeira de Pascoal Moreira Cabral fez o trajeto Porto Feliz, Tietê. (São Paulo), Paraná, Pardo, Anhanduí, Aquidauana, Paraguai e Cuiabá. Este caminho seria trocado mais tarde pela passagem por Camapuã.


FONTE: Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, Coeditora Brasílica, Rio, 1922, página 43.


domingo, 1 de abril de 2018

Nasce Aquino Correa, bispo de Cuiabá



Filho de Antônio Tomás de Aquino Correia e Maria de Aleluia Guadie Ley (1847-1890), nasce em Cuiabá, em 2 de abril de 1885, Francisco de Aquino Correia. Iniciou os estudos no Colégio São Sebastião e fez o curso no Seminário da Conceição. Depois, passou a freqüentar o Liceu Salesiano de São Gonçalo, onde recebeu o grau de bacharel em Humanidades. Em 1902, ingressou no Noviciado dos Salesianos de Dom Bosco em Cuiabá, emitindo os votos religiosos na Congregação Salesiana em 1903. Em 1904, seguiu para Roma onde cursou filosofia e em seguida matriculou-se, simultaneamente, na Pontifícia Universidade Gregoriana e na Academia São Tomás de Aquino,  doutorando-se em Teologia, em 1908. Em 17 de janeiro de 1909, já tendo recebido todas as Ordens Menores e Maiores, foi ordenado presbítero.
De volta ao Brasil, foi nomeado diretor do Liceu Salesiano de Cuiabá, cargo que desempenhou até 1914, quando foi designado, pelo Papa Pio X, como bispo-titular de Prussias e bispo-auxiliar da Arquidiocese de Cuiabá, cargo em que foi investido em 1 de janeiro de 1915, aos 29 anos, sendo, então, o mais jovem bispo do mundo.
Em 1919 o Papa Bento XV conferiu-lhe os títulos de Assistente do Sólio Pontifício e Conde Palatino. Em 1921, com o falecimento do Arcebispo Dom Carlos Luís de Amour, foi elevado ao Arcebispado de Cuiabá, recebendo o Pálio Arquiepiscopal das mãos de Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo.

Em 1917, foi indicado pelo governo de Venceslau Brás como elemento conciliador e eleito governador de Mato Grosso para o período de 1918-1922, com 32 anos. Amparou a cultura regional, tomando a iniciativa de fundar a Academia Mato-grossense de Letras onde, depois, como titular, seria aclamado por unanimidade Presidente de Honra. Criou também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, do qual foi eleito Presidente Perpétuo.
Foi de sua iniciativa, por meio da resolução n.º 799 de 14 de agosto de 1918, a criação do atual Brasão de Mato Grosso.

Foi o quarto ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 9 de dezembro de 1926, na sucessão de Lauro Müller e recebido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva em 30 de novembro de 1927. Foi o primeiro matogrossense a ocupar vaga na ABL.

Faleceu a 22 de março de 1956, em São Paulo.m São Paulo.


FONTE: Wikipédia



sábado, 31 de março de 2018

Militares tentam separar Mato Grosso do Brasil


Coronel João da Silva Barbosa, comandante militar do Estado


Reunido em Corumbá em 31 de março de 1892, o alto comando militar de Mato Grosso, à frente o coronel João da Silva Barbosa, decide entre outras medidas para sustentar o golpe de 22 de janeiro contra o governo constitucional do Estado, propor a desanexação de Mato Grosso da federação brasileira. A ideia foi registrada em ata firmada por oficiais do 21 de Infantaria, que se opuseram à ideia de "libertação" Estado:

A algumas objeções de que não havia meios de resistência, declarou que meios havia e que o principal era declarar livre o Estado de Mato Grosso e oficiar às repúblicas do Prata, porque estas, para manter neutralidade não consentiriam passar forças pelos rios que banham a mesma república.


O documento é a marca da primeira dissidência ao malfadado movimento seccionista militar:


Não concordam também na declaração de Estado livre de Mato Grosso o República Transatlântica de Mato Grosso, porque como filhos dele, sabem que o Estado não dispõe de recursos; finalmente não aderem a movimento algum que tenha por fim repelir atos e ordens do governo federal.


A ata da dissidência é assinada por Antônio Velasco, capitão; Antônio Manoel Martins Filho, tenente-ajudante; Urbano Vieira da Silva, tenente-secretário interino; Vicente Rabelo Leite Sobrinho, alferes quartel-mestre; e João Gomes Monteiro, alferes. 




FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 95.

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sexta-feira, 30 de março de 2018

Militares e políticos de Mato Grosso apoiam golpe contra Jango







Forças armadas derrubam o governo constitucional no Brasil em 31 de março de 1964 e iniciam o mais longo período de ditadura no país. O governador de Mato Grosso, Fernando Correa da Costa, foi um dos primeiros a apoiar o golpe. De Cuiabá seguiram tropas sob o comando do coronel Meira Matos (foto), para incorporar às forças rebeladas do general Mourão Filho, que se dirigiam de Juiz de Fora (MG) para o Rio de Janeiro. 

No Sul de Mato Grosso houve a imediata adesão da 9a. Região Militar e foi grande a perturbação com a prisão de comunistas, petebistas, sindicalistas e oposicionistas em geral em todas as cidades. 

Em Campo Grande, a repressão contou ainda com o apoio civil da Ademat, Ação Democrática Matogrossense, associação de extrema direita, composta entre outros por Cláudio Fragelli, Agostinho Bacha, Rodolfo Andrade Pinho, Alcindo de Figueiredo, Vicente Oliva, Oswaldo Bucker, Italívio Coelho, Assis Brasil Correa, Ludio Coelho, João Rocha, Roberto Spengler, Cândido Rondon, Arlindo Sampaio Jorge, Anísio de Barros, Irmão Bello, Daniel Reis, Ladislau Marcondes, Cícero de Castro Faria, Munier Bacha, Antonio Lopes Lins, Amando Barbosa, Annes Salin Saad, José Ferreira, Geraldo Correa, Eduardo Metello, José Cândido de Paula e Cel. Câmara Sena. 



FONTE: REVISTA BRASIL-OESTE nº 92, página 45.

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domingo, 25 de março de 2018

Libertados escravos do governo de Mato Grosso





Para comemorar o aniversário do juramento da constituição do Império, em 25 de março de 1872, o presidente da província de Mato Grosso, Francisco José Cardoso Júnior, liberta 62 escravos pertencentes ao governo. "O ato foi cercado de grande solenidade - segundo o historiador - e teve lugar no salão nobre do palácio do governo, perante numerosos expectadores e autoridades civis e militares, honrando-o com sua presença o virtuoso bispo d. José Antônio dos Reis".

A notícia foi destaque no jornal A Situação:


Depois do cortejo, no dia 25 de março, e na presença de numeroso auditório, o exmo. sr. Dr. Cardoso Júnior, num eloquente discurso, declarou que ia fazer entrega das cartas de liberdade a todos os escravos do estado existentes na província, em número de 62, - que presentes se achavam -de conformidade com o que dispusera a lei n° 2040, de 28 de setembro do ano p. passado.


S.Exa. convidou o reverendo bispo desta diocese para encarregar-se de conferir, por suas mãos, o título de emancipação a cada uma daquelas criaturas prestes a abrirem os olhos à luz da liberdade. S. Exa. Rvma., depois de alguma hesitação, visto como entendia que a transmissão das cartas competia à primeira autoridade civil e militar da província, acedeu aos desejos manifestados pela presidência - e, lágrimas nos olhos, deu a cada um dos escravos o diploma que os vai introduzir na comunhão social. O ato foi tocante. Os libertos recebendo a carta, beijavam o anel do pastor, e faziam una genuflexão ao retrato do primeiro emancipador da América do Sul - S. M. o senhor D. Pedro II.


Divisam-se em muitos olhos lágrimas, dessas que o coração leva à superfície e que obedecem ou acompanham aos profundos abalos de sentimentos nobres e generosos.


Já não se dirá que o Brasil, isto é, que a Nação, possui um só escravo. Não, perante suas leis, todos são livres - todos são iguais, havendo apenas uma só distinção, a da virtude e da ilustração.


A época que corre é memorável pelos grandes cometimentos, pelas boas reformas, pelos incontestáveis melhoramentos - que, das regiões da ideia, passarão para a dos fatos consumados.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 149.


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sexta-feira, 23 de março de 2018

Chega a Cuiabá, notícia do final da guerra do Paraguai



Hermes da Fonseca, autor da boa nova

Chega a Cuiabá, procedente de Corumbá, em 23 de março de 1870, o vapor Corumbá, com a notícia da morte do marechal Francisco Solano Lopes em 1º de março. A embarcação é portadora ao presidente da província do seguinte ofício:

Comando das forças em operações e da Fronteira do Baixo Paraguai, em Corumbá, 15 de março de 1870. - Ilmo. e Exmo. Sr. - por mim e em nome de todos da força de meu comando, me congratulo com V. Exa., e dou meus parabéns pelo feliz sucesso que coroou o heroísmo e os esforços do Império, lavando a mancha do insulto que um louco lhe atirou em face.O patriotismo inexedível e a heróica pertinácia do primeiro brasileiro, S. M. o Imperador, o valor, a sabedoria, a energia do nosso ínclito Marechal Comandante em Chefe, S. Alteza o Senhor Príncipe Conde d'Eu; a incansável atividade, a resignação do bravo general José Antônio Correa da Câmara e dos seus comandados, concluindo com o monstro sanguinário que assombrou a humanidade em nossos dias depois de tantos séculos, levou o Brasil à altura que lhe compete entre as nações - Deus guarde à V. Exa. - Ilmo. sr. Comendador Luiz da Silva Prado, Digníssimo Vice-presidente da província. - Hermes Ernesto da Fonseca, coronel.


General, no novo regime, Hermes da Fonseca chegaria à presidência da República.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 145.

terça-feira, 20 de março de 2018

Rondon reconhece ruínas de povoação espanhola








De sua viagem de Coxim a Rio Negro e Aquidauana, estendendo a rede telegráfica ao Sul do Estado, às margens do rio Aquidauana, a comissão Rondon alcançou em 20 de março de 1902,  local que guarda marcas de Santiago de Xerez, povoação construída por jesuítas espanhóis, logo depois do descobrimento do Brasil. Sobre o assunto o sertanista anotou em seu diário:

Passamos pelo local onde deve ter sido Xerez, fundada pelos espanhóis e depois abandonada, por terem estes sido expulsos pelos paulistas e pelos portugueses, vindo a desaparecer, com o correr do tempo, a cidade que talvez tivesse encerrado grandes riquezas acumuladas pelos jesuítas. Daí a lenda de que, não podendo levar seus tesouros, deixaram-nos enterrados junto ao córrego, inclusive um grande Cristo de ouro, em tamanho natural. Na serra próxima se encontrava ouro, em um veeiro antigamente explorado.


FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969, página 150.


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Força brasileira deixa Uberaba

4 de setembro de 1865 Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e min...