quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Sociedade abolicionista em Cuiabá





Com a denominação de Galdino Pimentel, é fundada em Cuiabá, em 20 de fevereiro de 1886, entidade destinada a lutar pela abolição da escravatura. A primeira diretoria da sociedade ficou assim constituída: presidente - advogado Antonio de Paula Correa; vice-presidente - Henrique Augusto de Santana; 1° secretário - Vital Batista de Araújo; 2° secretário - capitão Miranda de Carvalho; e tesoureiro -Francisco Correa da Costa Sobrinho.

A ideia da entidade surgiu de uma comissão composta do capitão Antonio Raimundo Miranda de Carvalho, 1° tenente Carlos Augusto Peixoto de Alencar e o advogado Francisco Agostinho Ribeiro.

A denominação deu-se em homenagem ao presidente da província à época, Joaquim Galdino Pimentel.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, Casa Civil do Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 100. 

FOTO: Igreja do Rosário e São Benedito, em Cuiabá.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

O nascimento de Luiz D'Alincourt






Nasce em 17 de fevereiro de 1787 em Oeiras, Portugal, Luiz D'Alincourt. Seguiu a carreira das armas. Assentou praça na Brigada Real, em 1799, daí se transferiu para o Regimento de Artilharia de Lisboa e deste para o Rio de Janeiro em 1809, onde fez o curso da antiga Academia Militar.

Capitão-engenheiro, em Mato Grosso exerceu importantes funções, entre elas o de membro da Junta Governativa Provisória de Cuiabá, no período da independência e comandante do Forte de Coimbra. Entre seus trabalhos, estão os mais minuciosos levantamentos dos fortes Bourbon e Coimbra; reflexões acerca da província de Mato Grosso; e notícias sobre a região meridional da província de Mato Grosso. 

Faleceu no Espírito Santo em 1841.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição) Governo do Estado, Cuiabá, 1963, página 95.

FOTO: capa de livro de D'Alincourt 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Azambuja deixa o governo do Estado



Quase 14 anos depois de assumir o governo da capitania de Mato Grosso, deixa Vila Bela e a administração da capitania, em 15 de fevereiro de 1775, o capitão-general d. Antonio Rolim de Moura Tavares, conde de Azambuja, o primeiro governador da nova unidade territorial, desmembrada de São Paulo em 1748. Sua principal obra foi a criação e implantação da primeira capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, às margens do rio Guaporé, em pleno Mato Grosso amazônico, inaugurada em 19 de março de 1752.

"Contemporaneamente - constata Virgílio Correa Filho - achava-se Rolim de Moura mais empenhado em organizar eficaz resistência contra possível invasão do que por em ordem a escrituração de rendas minguadas".

Ocupado em garantir o território brasileiro que já ultrapassava os limites convencionais, pactuados com os espanhóis, estabelecidos à margem esquerda do rio Guaporé, onde o governo português, em sua política expansionista ocupava o reduto de Santa Rosa, tomado aos jesuítas espanhóis, Rolim de Moura dedicou praticamente todo o tempo de seu governo na tarefa bem sucedida de rechaçar o inimigo.

Foi substituído no governo por seu sobrinho João Pedro da Câmara. Ele, que chegou ao Mato Grosso pela rota das monções, ou seja Porto Feliz (SP), rio Paraná, rio Pardo, Camapuã, rios Coxim, Taquari, Paraguai, Cuiabá, apenas passando rapidamente pela vila de Cuiabá, fez o caminho de volta por terra, passando por Goiás. Permaneceu no Brasil, tornando-se Conde de Azambuja e 2º Vice Rei no Rio de Janeiro.

Rolim de Moura dá nome a uma cidade no Estado de Rondônia. 


FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Instituto Nacional do Livro (MEC), Rio de Janeiro, 1969, página 307.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Leverger assume o governo da província




Acumulando as funções de comandante das Armas, assume a presidência da província de Mato Grosso, em 11 de fevereiro de 1851, em seu primeiro mandato, Augusto Leverger, o barão de Melgaço. A sua nomeação fora uma decisão do ministério do Marquês de Olinda, embora o nomeado fosse francês de nascimento. 

"A posse de Leverger - segundo Estevão de Mendonça - foi revestida da solenidades, principalmente pela presença de muitas senhoras, o que estava fora dos hábitos de então e a Câmara Municipal se fez representar pela quase totalidade dos seus membros. Dois únicos vereadores deixaram de comparecer, por motivo de moléstia":

Pelas 9 horas da manhã, presentes os vereadores Antonio de Cerqueira Caldas, padre Joaquim Antonio da Silva Rondon, Joaquim Antonio da Costa Guimarães, Teodoro José da Costa Roriz, Antonio Luis Brandão, Rômulo Pinto de Sousa, Luis Moreira Serra e José de Lara Pito, o presidente da câmara declara aberta a sessão e diz que "tendo recebido uma portaria do exmo. sr. Presidente João José da Costa Pimentel, comunicando achar-se exonerado do cargo de presidente desta província e de achar-se nomeado para o dito lugar o exmo. capitão de fragata Augusto Leverger, cuja portaria, datada de ontem, marcava hoje às 10 horas do dia, para esta câmara dar juramento e posse ao dito exmo. sr. Leverger, e sendo lida a portaria o sr. presidente nomeou para membros da comissão que tem de receber o mesmo exmo. sr. os vereadores padre Rondon, Santa Cruz e Roriz e suspendeu a sessão".

Dada a hora, continua a ata da sessão, "compareceram os exmos. srs. capitão de fragata Augusto Leverger, presidente nomeado e coronel João José da Costa Pimentel, presidente exonerado e tomando eles assento, passou o presidente exonerado a ler o relatório do estado da província e do ocorrido durante sua administração, e logo que acabou a leitura dobou-o e entregou-o nas mãos de seu sucessor. Lidas as cartas imperiais de nomeação e exoneração, o presidente da câmara apresentou ao exmo. sr. Augusto Leverger um missal sobre o qual pôs a mão direita e jurou aos Santos Evangelhos bem desempenhar as atribuições que lhe eram confiadas.

Leverger substituiu ao coronel João José da Costa Pimentel e governou até 1° de abril de 1857, data em que passou a administração ao vice-presidente Albano de Souza Osório. Viria a reassumir o governo por diversas vezes, perfazendo um total de "sete anos, oito meses e vinte e quatro dias, ligando o seu nome a importantes melhoramentos e deixando imperecíveis testemunhas de sua competência, zelo e honestidade".


FONTEEstevão de Mendonça, Datas matogrossenses, Casa Civil do Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 88.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

A morte de Caetano de Albuquerque






Aos 68 anos, falece no Rio de Janeiro, em 10 de fevereiro de 1925, o general Caetano Manuel de Faria e Albuquerque. Cuiabano, presidente do Estado, de 15 de agosto de 1915 a janeiro de 1917, foi protagonista de um dos períodos de maior convulsão na história política de Mato Grosso republicano, resistindo a um pedido de impeachment da oposição na Assembleia Legislativa e desencadeando sangrenta reação armada, que ficou conhecida como Caetanada.
 
Ao final das escaramuças, o impasse, que resultou em sua renúncia, juntamente com todos os deputados, ensejou o chamado governo de conciliação,
 à frente o arcebispo de Cuiabá, dom Aquino Correa.
 
Sobre seu governo e sua personalidade, generosamente depõe Nilo Póvoas:

 
Igual ao militar brioso e idealista; igual ao parlamentar insigne e operoso, foi o presidente impoluto e de larga visão. Dotado de altivez indomável e de caráter independente, tentou Caetano de Albuquerque implantar na governança do seu Estado uma política administrativa baseada nos salutares princípios de uma democracia sadia, de respeito a todos os direitos. Seria um governo ideal, que satisfazia aos anseios da oposição e. em geral, do povo matogrossense, já cansado dos processos abastardados que de há muito vinham infelicitando o Estado de Mato Grosso. 




FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos varões ilustres de Mato Grosso, Governo do Estado, Cuiabá, 1978, página 33.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Intervenção federal em Mato Grosso


  
   
Nomeado interventor com o fim do movimento político que resultou na renúncia de Caetano de Albuquerque e de todos os deputados estaduais, toma posse em Cuiabá, em 9 de fevereiro de 1917, com um secretariado completamente estranho às dissenções políticas da terra, Camilo Soares de Moura (foto).

Nascido em 29 de outubro de 1869, em Ubá (MG), foram seus pais o coronel Camilo Soares de Moura e dona Amélia Peixoto Soares. Bacharel em Direito, foi promotor na comarca de Ponte Nova, onde exerceu também os cargos de juiz municipal e de prefeito, tendo ainda ocupado a judicatura em Bambui e Manhuassu.

Representou o Estado de Minas como deputado estadual e federal. Deixando a prefeitura de Caxambu passou a exercer a direção geral dos Correios e ministro do Tribunal de Contas. 

Sobre seu exíguo período de governo, Estevão de Mendonça dá o seguinte testemunho:

Tomando as rédeas do governo logo após uma luta armada, o interventor federal veio encontrar o Estado à beira da anarquia e a sua autoridade impediu a permanência de tal situação. Se o dr. Camilo Soares como administrador não deixou de si provas de atilamento, outro tanto não se pode dizer quanto à sua orientação política. Apercebendo-se da gravidade do momento, e colocado entre dois grupos de partidários exagerados, em luta aberta de posições, o interventor procurou solucionar o conflito sem deixar que um exercesse supremacia sobre o outro. 


Tendo deixado o governo em 13 de agosto para atender notificação judicial no Rio de Janeiro, Camilo Soares retornou a Cuiabá a tempo de dar posse ao bispo Dom Aquino Correa, em 21 de janeiro de 1918. Em sua ausência foi substituído pelo general Cipriano Ferreira, a quem coube comandar o processo eleitoral para escolha dos cargos no executivo e legislativo do Estado. 



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 86.
IMAGEM:http://goo.gl/kso6IO

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Goiás reivindica Coxim e Paranaíba




Em longo ofício de 8 de fevereiro de 1863, enviado ao marquês de Olinda, ministro do império, o presidente da província de Goiás, José Vieira Couto de Magalhães, reclama da invasão de Mato Grosso ao seu território. Argumentando com um acordo firmado em 1771 entre os governadores das então capitanias de Mato Grosso e Goiás,  Magalhães defende os limites originais entre as duas províncias e reclama a posse de Coxim e Santana do Paranaiba. Ironicamente, Couto Magalhães seria nomeado para o governo de Mato Grosso, no ano seguinte, vindo a permanecer na chefia do executivo estadual durante a guerra do Paraguai e, naturalmente, abandonado a ideia de anexar parte do território de Mato Grosso ao vizinho, sem deixar, entretanto, de alimentar o sonho goiano de apoderar-se de significativa parcela leste da província, que durou até recentemente. 


FONTE: Presidente José Vieira Couto de Magalhães, Relatório apresentado à Assembleia Legislativa de Goiás, 1° de junho de 1863.
FOTO: presidente Couto Magalhães. Acervo Prefeitura Municipal de Várzea Grande (MT).


Para conhecer a íntegra do ofício do governador e outros fatos históricos do dia CLIQUE AQUI.

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