domingo, 11 de fevereiro de 2018

Leverger assume primeiro mandato no governo de Mato Grosso





Acumulando as funções de comandante das Armas, assume a presidência da província de Mato Grosso, em 11 de fevereiro de 1851, em seu primeiro mandato, Augusto Leverger, o barão de Melgaço. A sua nomeação fora uma decisão do ministério do Marquês de Olinda, embora o nomeado fosse francês de nascimento. 

Leverger substituiu ao coronel João José da Costa Pimentel e governou até 1° de abril de 1857, data em que passou a administração ao vice-presidente Albano de Souza Osório. Viria a reassumir o governo por diversas vezes, perfazendo um total de "sete anos, oito meses e vinte e quatro dias, ligando o seu nome a importantes melhoramentos e deixando imperecíveis testemunhas de sua competência, zelo e honestidade".

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas mato-grossenses, Casa Civil do Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 88.


sábado, 10 de fevereiro de 2018

A morte do general Caetano Albuquerque





Aos 68 anos, falece no Rio de Janeiro, em 10 de fevereiro de 1925, o general Caetano Manuel de Faria e Albuquerque. Cuiabano, presidente do Estado, de 15 de agosto de 1915 a janeiro de 1917, foi protagonista de um dos períodos de maior convulsão na história política de Mato Grosso republicano, resistindo a um pedido de impeachment da oposição na Assembleia Legislativa e desencadeando sangrenta reação armada, que ficou conhecida como Caetanada.

Ao final das escaramuças, o impasse, que resultou em sua renúncia, juntamente com todos os deputados, ensejou o chamado governo de conciliação, encabeçado por dom Aquino Correa.


Sobre seu governo e sua personalidade, generosamente depõe Nilo Póvoas:


Igual ao militar brioso e idealista; igual ao parlamentar insigne e operoso, foi o presidente impoluto e de larga visão. Dotado de altivez indomável e de caráter independente, tentou Caetano de Albuquerque implantar na governança do seu Estado uma política administrativa baseada nos salutares princípios de uma democracia sadia, de respeito a todos os direitos. Seria um governo ideal, que satisfazia aos anseios da oposição e. em geral, do povo matogrossense, já cansado dos processos abastardados que de há muito vinham infelicitando o Estado de Mato Grosso. 



FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos varões ilustres de Mato Grosso, Governo do Estado, Cuiabá, 1978, página 33.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Mato Grosso sofre intervenção federal

  
   
Nomeado interventor com o fim do movimento político que resultou na renúncia de Caetano de Albuquerque e de todos os deputados estaduais, toma posse em Cuiabá, em 9 de fevereiro de 1917, com um secretariado completamente estranho às dissensões políticas da terra, Camilo Soares de Moura.

Nascido em 29 de outubro de 1869, em Ubá (MG), foram seus pais o coronel Camilo Soares de Moura e dona Amélia Peixoto Soares. Bacharel em Direito, foi promotor na comarca de Ponte Nova, onde exerceu também os cargos de juiz municipal e de prefeito, tendo ainda ocupado a judicatura em Bambui e Manhuassu.

Representou o Estado de Minas como deputado estadual e federal. Deixando a prefeitura de Caxambu passou a exercer a direção geral dos Correios e ministro do Tribunal de Contas.
 
Sobre seu exíguo período de governo, Estevão de Mendonça dá o seguinte testemunho:


Tomando as rédeas do governo logo após uma luta armada, o interventor federal veio encontrar o Estado à beira da anarquia e a sua autoridade impediu a permanência de tal situação. Se o dr. Camilo Soares como administrador não deixou de si provas de atilamento, outro tanto não se pode dizer quanto à sua orientação política. Apercebendo-se da gravidade do momento, e colocado entre dois grupos de partidários exagerados, em luta aberta de posições, o interventor procurou solucionar o conflito sem deixar que um exercesse supremacia sobre o outro. 


Tendo deixado o governo em 13 de agosto para atender notificação judicial no Rio de Janeiro, Camilo Soares retornou a Cuiabá a tempo de dar posse ao bispo Dom Aquino Correa, em 21 de janeiro de 1918. Em sua ausência foi substituído pelo general Cipriano Ferreira, a quem coube comandar o processo eleitoral para escolha dos cargos no executivo e legislativo do Estado.



FONTES: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 86.

IMAGEM:http://goo.gl/kso6IO

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Goiás quer anexar Paranaiba e Coxim



Em longo ofício enviado ao marquês de Olinda, ministro do império, em 8 de fevereiro de 1863, o presidente da província de Goiás reclama da "invasão" de Mato Grosso ao seu território. Argumentando com um acordo firmado em 1771 entre os governadores das duas províncias, José Vieira Couto Magalhães (foto) defende o que denomina de limites originais entre as duas províncias e reclama a posse de Coxim e Santana do Paranaiba. Ironicamente, Couto Magalhães seria nomeado para o governo de Mato Grosso, no ano seguinte, vindo a permanecer na chefia do executivo estadual durante a guerra do Paraguai e, naturalmente, abandonado a ideia de anexar parte do território de Mato Grosso ao vizinho, sem deixar, entretanto, de alimentar o sonho goiano de apoderar-se de significativa parcela leste da província, que durou até recentemente e rendeu uma batalha jurídica que se arrastou por mais de um século.


A seguir, íntegra do longo ofício da Couto Magalhães ao ministro do Império:

















FONTE: Presidente José Vieira Couto de Magalhães, Relatório apresentado à Assembleia Legislativa de Goiás, 1° de junho de 1863.

FOTO: presidente Couto Magalhães. Acervo Prefeitura Municipal de Várzea Grande (MT).







Taunay:última carta de Nioaque

 Rio Nioaque, "boas condições de salubridade"
O tenente Alfredo Taunay, da comissão de engenheiros das forças brasileiras, escreve em 7 de fevereiro de 1867, sua última carta de Nioaque ao pai, antes da invasão do Paraguai, pela coluna brasileira, que resultaria na célebre retirada da Laguna:

Meu caro Papai,
Esta carta lhe chegará, por ordem da data a que lhe terá entregue o bom Dr. Miranda, este excelente amigo que nestes desertos nos deixou inconsoláveis.


Tive como sabe o desprazer de não poder por seu intermédio enviar-lhe nem uma carta nem um abraço que lhe transmitisse todos os meus sentimentos da respeitosa amizade e as profundas saudades de casa.


Mauá lhe falará das boas condições da salubridade que oferecia este lugar. O acampamento como acabo de dizê-lo em relatório enviado pelo Comandante das forças apresenta garantias de segurança se a vigilância realizar com eficácia.


Apoiam-se os nossos flancos sobre os dois rios Orumbeva e Nioac e as avenidas pelas quais pode o inimigo avançar vem cortar a frente.
Duas boas linhas de retirada, além disto, partem deste lugar e conduzem a lugares capazes de permitir ativa defesa.


Coloquei guardas avançadas em encruzilhadas em caminhos que vão ter ao Apa e à Vacaria (veja o mapa que lhe mandei) estradas muito frequentadas pelos paraguaios durante a ocupação do distrito.


V. me perdoará os garranchos; escrevo sobre os joelhos em casa do bom amigo Lago.


Adeus papai, uma lembrança do seu filho respeitoso.


Alfredo.




FONTE: Taunay, Mensário do Jornal do Commercio, Tomo XXI - volume II, Rio, 1943, página 348 

Força brasileira deixa Uberaba

4 de setembro de 1865 Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e min...