terça-feira, 2 de abril de 2019

O aniversário de Dom Aquino



Filho de Antônio Tomás de Aquino Correia e Maria de Aleluia Guadie Ley (1847-1890), nasce em Cuiabá, em 2 de abril de 1885, Francisco de Aquino Correia. Iniciou os estudos no Colégio São Sebastião e fez o curso no Seminário da Conceição. Depois, passou a freqüentar o Liceu Salesiano de São Gonçalo, onde recebeu o grau de bacharel em Humanidades. Em 1902, ingressou no Noviciado dos Salesianos de Dom Bosco em Cuiabá, emitindo os votos religiosos na Congregação Salesiana em 1903. Em 1904, seguiu para Roma onde cursou filosofia e em seguida matriculou-se, simultaneamente, na Pontifícia Universidade Gregoriana e na Academia São Tomás de Aquino,  doutorando-se em Teologia, em 1908. Em 17 de janeiro de 1909, já tendo recebido todas as Ordens Menores e Maiores, foi ordenado presbítero.
De volta ao Brasil, foi nomeado diretor do Liceu Salesiano de Cuiabá, cargo que desempenhou até 1914, quando foi designado, pelo Papa Pio X, como bispo-titular de Prussias e bispo-auxiliar da Arquidiocese de Cuiabá, cargo em que foi investido em 1 de janeiro de 1915, aos 29 anos, sendo, então, o mais jovem bispo do mundo.
Em 1919 o Papa Bento XV conferiu-lhe os títulos de Assistente do Sólio Pontifício e Conde Palatino. Em 1921, com o falecimento do Arcebispo Dom Carlos Luís de Amour, foi elevado ao Arcebispado de Cuiabá, recebendo o Pálio Arquiepiscopal das mãos de Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo.

Em 1917, foi indicado pelo governo de Venceslau Brás como elemento conciliador e eleito governador de Mato Grosso para o período de 1918-1922, com 32 anos. Amparou a cultura regional, tomando a iniciativa de fundar a Academia Mato-grossense de Letras onde, depois, como titular, seria aclamado por unanimidade Presidente de Honra. Criou também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, do qual foi eleito Presidente Perpétuo.
Foi de sua iniciativa, por meio da resolução n.º 799 de 14 de agosto de 1918, a criação do atual Brasão de Mato Grosso.

Foi o quarto ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 9 de dezembro de 1926, na sucessão de Lauro Müller e recebido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva em 30 de novembro de 1927. Foi o primeiro matogrossense a ocupar vaga na ABL.

Faleceu a 22 de março de 1956, em São Paulo.m São Paulo.


FONTE: Wikipédia

domingo, 31 de março de 2019

MT apóia o golpe




Forças armadas em movimento iniciado em 31 de março de 1964, derrubam o governo constitucional no Brasil e iniciam o mais longo período de ditadura no país. O governador de Mato Grosso, Fernando Correa da Costa, foi um dos primeiros a apoiar o golpe. De Cuiabá seguiram tropas sob o comando do coronel Meira Matos (foto), para incorporar às forças rebeladas do general Mourão Filho, que se dirigiam de Juiz de Fora (MG) para o Rio de Janeiro. 

No Sul de Mato Grosso houve a imediata adesão da 9a. Região Militar e foi grande a perturbação com a prisão de comunistas, petebistas, sindicalistas e oposicionistas em geral em todas as cidades. 

Em Campo Grande, a repressão contou ainda com o apoio civil da Ademat, Ação Democrática Matogrossense, associação de extrema direita, composta entre outros por Cláudio Fragelli, Agostinho Bacha, Rodolfo Andrade Pinho, Alcindo de Figueiredo, Vicente Oliva, Oswaldo Bucker, Italívio Coelho, Assis Brasil Correa, Ludio Coelho, João Rocha, Roberto Spengler, Cândido Rondon, Arlindo Sampaio Jorge, Anísio de Barros, Irmão Bello, Daniel Reis, Ladislau Marcondes, Cícero de Castro Faria, Munier Bacha, Antonio Lopes Lins, Amando Barbosa, Annes Salin Saad, José Ferreira, Geraldo Correa, Eduardo Metello, José Cândido de Paula e Cel. Câmara Sena. 




FONTE: REVISTA BRASIL-OESTE nº 92, página 45.

sábado, 5 de outubro de 20

segunda-feira, 25 de março de 2019

Governo de Mato Grosso liberta seus escravos







Para comemorar o aniversário do juramento da constituição do Império, em 25 de março de 1872, opresidente da província, Francisco José Cardoso Júnior, liberta 62 escravos da nação. "O ato foi cercado de grande solenidade e teve lugar no salão nobre do palácio do governo, perante numerosos expectadores e autoridades civis e militares, honrando-o com sua presença o virtuoso bispo d. José Antônio dos Reis". 

A notícia foi destaque no jornal A Situação:

Depois do cortejo, no dia 25 de março, e na presença de numeroso auditório, o exmo. sr. Dr. Cardoso Júnior, num eloquente discurso, declarou que ia fazer entrega das cartas de liberdade a todos os escravos do estado existentes na província, em número de 62, - que presentes se achavam -de conformidade com o que dispusera a lei n° 2040, de 28 de setembro do ano p. passado.

S.Exa. convidou o reverendo bispo desta diocese para encarregar-se de conferir, por suas mãos, o título de emancipação a cada uma daquelas criaturas prestes a abrirem os olhos à luz da liberdade. S. Exa. Rvma., depois de alguma hesitação, visto como entendia que a transmissão das cartas competia à primeira autoridade civil e militar da província, acedeu aos desejos manifestados pela presidência - e, lágrimas nos olhos, deu a cada um dos escravos o diploma que os vai introduzir na comunhão social. O ato foi tocante. Os libertos recebendo a carta, beijavam o anel do pastor, e faziam una genuflexão ao retrato do primeiro emancipador da América do Sul - S. M. o senhor D. Pedro II.

Divisam-se em muitos olhos lágrimas, dessas que o coração leva à superfície e que obedecem ou acompanham aos profundos abalos de sentimentos nobres e generosos.

Já não se dirá que o Brasil, isto é, que a Nação, possui um só escravo. Não, perante suas leis, todos são livres - todos são iguais, havendo apenas uma só distinção, a da virtude e da ilustração.

A época que corre é memorável pelos grandes cometimentos, pelas boas reformas, pelos incontestáveis melhoramentos - que, das regiões da ideia, passarão para a dos fatos consumados.


FONTEEstevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 149.


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terça-feira, 19 de março de 2019

Nasce Vila Bela da Santíssima Trindade




Às margens do rio Guaporé é lido em 19 de março de 1752, o alvará do rei de Portugal, mandando ao primeiro governador da capitania de Mato Grosso e Cuiabá, Rolim de Moura, erigir uma vila para instalação da capital. "E logo pelo dito Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Governador e Capitão Geral foi declarado que a dita nova vila teria o nome de Vila Bela da Santíssima Trindade a quem dedicaria a Igreja Matriz dela; que em reverência da mesma trindade santíssima simbolicamente teria por armas em meio de um escudo branco com dois círculos, um encarnado e outro azul, uma ave com corpo e cabeça do meio de águia, a do lado esquerdo de pomba e a do lado direito de pelicano ferindo o peito; e que estas mesmas armas poria a Câmara no seu estandarte por detrás das armas reais, enquanto sua majestade não mandasse o contrário". 

Somente em 8 de agosto de 1835, a capital seria oficialmente mudada para Cuiabá, primeira cidade do Estado.

FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Julio Campos, Varzea Grande, 1994, página 357.
FOTORuínas de Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso

quinta-feira, 7 de março de 2019

Inaugurado o Liceu Cuiabano




Perante numerosa assistência, composta das principais autoridades da província, à frente o presidente Eneas Galvão, o barão de Maracaju e o bispo dom Luis d'Amour, é oficialmente instalado em 7 de março de 1880, o Liceu Cuiabano, órgão do ensino público de fundamental importância para o desenvolvimento do ensino de Mato Grosso. Da solenidade inaugural lavrou-se ata, a qual sintetizamos:

Aos sete dias do mês de março de 1880, antecedentemente designado por S. Exa. o Sr. Presidente da Província, presentes às nove horas da manhã, no edifício destinado para nele funcionar, o liceu desta capital, os Exmos. Srs. Presidente da Província, Barão de Maracaju, Bispo Diocesano Dom Carlos Luis D'amour, diretor geral da instrução pública Dr. Dormevil José dos Santos Malhado, os professores do estabelecimento Antonio Correa da Silva Pereira, José Magno da Silva Pereira, Belarmino Augusto de Mendonça Lobo, Antonio Correa da Costa, João Pedro Gardès e José Estevão Correa, diversas autoridades civis e militares e pessoas gradas desta Capital, o sr. presidente da Província abriu a sessão declarando, depois de uma breve alocuação, estar instalado o Liceu Cuiabano da Província de Mato Grosso, criado pela lei provincial n° 536, de 3 de dezembro de 1879.¹

Em sua mensagem aos deputados, no final do exercício, o presidente da província destacou a importância do liceu:

Este estabelecimento inaugurado com toda a solenidade no dia 7 de março do corrente ano, compreende dois cursos de humanidades a saber:

O curso normal que se restringe a gramática da língua nacional, filosófica e literatura pátria, pedagogia e metodologia, matemática elementar, geografia geral e história do Brasil e o curso chamado de línguas e ciências preparatórias, que abrange, além das disciplinas que constituem o curso normal, com exceção de pedagogia e metodologia, as seguintes matérias:latim, francês, inglês, filosofia racional e moral, retórica e história universal.

O primeiro destes dois cursos tem por fim preparar professores e professoras para o magistério do ensino primário; o segundo habilitar os aspirantes à matrícula nos cursos superiores do país.

A criação deste tão útil estabelecimento é de muito alcance para o programa da Província, pois, desapareceu assim a barreira que vedava aos pais, que dispunham de poucos recursos, proporcionar a seus filhos uma educação mais completa, porque aqui mesmo receberão, sem grandes dispêndios, a instrução apropriada a sua vocação e se habilitarão para o estudo dos cursos superiores.
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FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá,1973, página 120, ²Presidente Barão de Maracaju, Mensagem à Assembleia Provincial, 1° de outubro de 1880.
FOTO: primeira sede do Liceu Cuiabano, reproduzido do Album Grephico de Matto-Grosso, Corumbá, 1914.
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sábado, 2 de março de 2019

Rondon convidado para criar serviço de proteção ao índio



Em carta de 2 de março de 1910, assinada pelo ministro Rodolfo Miranda, de Agricultura, Indústria e Comércio, do governo de Nilo Peçanha, Rondon é oficialmente convidado para a direção do recém-criado Serviço de Proteção aos Índios:

Exmo. Sr. Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon:


Visa a presente carta revestir de cunho oficial o convite que, pessoalmente, vos dirigi em nome da causa de nossos silvícolas.


A espontaneidade da escolha de vosso nome para fomentar e dirigir a catequese que o Governo da República deliberou empreender é a consagração formal da conduta humanitária, generosa, que tanto vos recomendou à confiança do indígena, na longa e heróica jornada que realizastes em zonas até então vedadas aos mais audaciosos exploradores.


Quem, denodadamente e com rara abnegação, sacrificou a sua quietude, a calma do lar, a sua própria vida, por bem servir à nação; quem pode fazer do indígena a plenitude do seu domínio no seio das florestas, defendido dos artifícios da civilização pelas asperezas da vida inculta - um amigo, um guia cuidadoso, reúne, sem dúvida, os requisitos de bondade, de altruísmo que devem caracterizar a campanha que há de redimir do abandono os nossos silvícolas e integrá-los na posse de seus direitos.


Não cabe ao Governo insistir em práticas seculares que falharam aos seus ideais, revelando-se, no longo decurso do seu predomínio, baldas de prestígio para deter a corrente da raça varonil que votava à escravidão e ao extermínio. Cumpre-lhe, ao contrário, constituir, em bases novas, a catequese, imprimir-lhe a feição republicana, fora do privilégio de castas, sem preocupação de proselitismo religioso, constituindo serviço especial centralizado na Capital, com irradiação pelos Estados onde se torne necessária a ação que é chamado a exercer, pacientemente e sem intermissão de esforços.


A direção superior desse serviço vos será confiada, se aquiescerdes à consulta que ora vos faço, antes das formalidades oficiais de requisição ao Ministério a quem pertenceis, e tenho bem radicada em meu espírito a confiança de que será satisfeita a aspiração comum, mediante o influxo de vossa cultura científica, de vossa capacidade moral, de vossa fé republicana e da energia de vontade que vos faz o primeiro dentre os exporadores do território brasileiro. 


Em carta de 14 de março seguinte ao ministro Rodolfo de Miranda, o coronel Rondon aceita o convite e apresenta uma série de medidas que deveria tomar para cumprir a missão.


FONTEEsther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1968, página 338.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Morre o governador de Mato Grosso






Falece em Vila Bela em 29 de fevereiro de 1798, o quinto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, João de Albuquerque Pereira e Cáceres, irmão e sucessor de Luiz Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres.

Nomeado por carta régia de 17 de outubro de 1788, assumiu a administração a 20 de novembro do ano seguinte. Muito moço para um cargo de tanta responsabilidade, a nomeação de João de Albuquerque originou-se principalmente do fato seguinte:

Tendo Luiz de Albuquerque reclamado por vezes a sua substituição e compreendido por fim que o governo da metrópole, se diretamente não lhe negava, também não lhe permitia o regresso, pois a tanto valia a nomeação de substituto e a recomendação expressa para aguardar a vinda deste, o que jamais se efetivava, resolveu ao cabo de dezesseis anos indicar o nome do próprio irmão para o governo da capitania.

Ao regressar para Lisboa, entregava ao seu substituto instruções completas sobre o estado da capitania, traçando-lhe a conduta e a maneira de se orientar no governo.

E tais instruções foram o guia eficaz de João de Albuquerque, que se não possuia a envergadura do irmão, tinha, no entanto, o bom senso deste.

Por motivo de seu falecimento, assumiu o governo da capitania uma junta composta do ouvidor Antonio da Silva Amaral, tenente-coronel Ricardo de Almeida Serra e o vereador Marcelino Rodrigues.


FONTE: Estevâo de Mendonça, Datas Matogrossenses,(2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 111.

Força brasileira deixa Uberaba

4 de setembro de 1865 Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e min...