Senhorinha Barbosa com familiares (foto José Vicente Dalmolin) |
Soldados do presidente Carlos Lopez sobem o rio Apa com o
objetivo de destruir a fazenda de Gabriel Francisco Lopes, primeiro marido de
Senhorinha Barbosa, filha de Inácio Barbosa, pioneiro dos campos de Vacaria e
doador da área para a cidade de Nioaque. Em 18 de outubro de 1849 os militares
paraguaios prendem Senhorinha Barbosa e todos os seus familiares.
As ordens ‘que teniam del gobierno e del senor capitan comandante’, segundo Hélio Serejo, era de prender todos os moradores da região e conduzi-los, pelo meio mais seguro, para o interior do Paraguai, juntamente com os estancieiros levaram também o gado e os pertences caseiros de menos volume e peso.
Nessa época o castigo infringido aos prisioneiros era o seguinte: para o homem, derrubada de mato, plantio e construção de ranchos; para mulher, conforme a idade e a robustez física, lavar roupa, mantear carne de bicho, cozinhar e empaiolar mantimentos.
E desta maneira Concepcion, ‘la gran ciudad paraguaia’, ficou com a sua população intensamente mesclada devido ao elevado número de prisioneiros brasileiros que aí foi ter.
Gabriel estava morto quando os soldados paraguaios chegaram. Senhorinha havia se casado com o cunhado José Francisco Lopes, o futuro Guia Lopes que, com seus filhos foram feitos prisioneiros e levados para o país vizinho, junto com os demais.
Uma carta clamando por justiça seguiu por meios clandestinos, para o Rio de Janeiro, endereçada ao Imperador D. Pedro II. Este não ignorava que o Império tinha na pessoa de Dom Carlos, um desafeiçoado perigosíssimo.
Surgiu então entre Brasil e Paraguai vasta e enérgica troca de notas diplomáticas.
Por fim, isto após 7 anos, foram postos em liberdade todos os prisioneiros. Regressavam, estes, porém, às suas moradas ‘certos de que estavam ocupando um pedaço de chão do território paraguaio’.
Senhorinha, com os vexames que sofrera no Paraguai, os trabalhos a que fora submetida, a saudade imensa de sua estância, tivera a saúde profundamente abalada.
Ao retornar à pátria era um verdadeiro espectro.
Mesmo assim, doente, mulher entristecida, viveu muitos anos. E viveu recordando o seu passado de sofrimento, suas lutas, suas amarguras, contando, sempre a fustigar a memória, o drama dos que morreram durante o cativeiro.
Odiava a guerra.
Não gostava de ouvir falar em soldados.
Morreu pobre, deixando, porém, na história, o seu valoroso nome como símbolo indecomponível de estoicismo e do brio da mulher brasileira.
As ordens ‘que teniam del gobierno e del senor capitan comandante’, segundo Hélio Serejo, era de prender todos os moradores da região e conduzi-los, pelo meio mais seguro, para o interior do Paraguai, juntamente com os estancieiros levaram também o gado e os pertences caseiros de menos volume e peso.
Nessa época o castigo infringido aos prisioneiros era o seguinte: para o homem, derrubada de mato, plantio e construção de ranchos; para mulher, conforme a idade e a robustez física, lavar roupa, mantear carne de bicho, cozinhar e empaiolar mantimentos.
E desta maneira Concepcion, ‘la gran ciudad paraguaia’, ficou com a sua população intensamente mesclada devido ao elevado número de prisioneiros brasileiros que aí foi ter.
Gabriel estava morto quando os soldados paraguaios chegaram. Senhorinha havia se casado com o cunhado José Francisco Lopes, o futuro Guia Lopes que, com seus filhos foram feitos prisioneiros e levados para o país vizinho, junto com os demais.
Uma carta clamando por justiça seguiu por meios clandestinos, para o Rio de Janeiro, endereçada ao Imperador D. Pedro II. Este não ignorava que o Império tinha na pessoa de Dom Carlos, um desafeiçoado perigosíssimo.
Surgiu então entre Brasil e Paraguai vasta e enérgica troca de notas diplomáticas.
Por fim, isto após 7 anos, foram postos em liberdade todos os prisioneiros. Regressavam, estes, porém, às suas moradas ‘certos de que estavam ocupando um pedaço de chão do território paraguaio’.
Senhorinha, com os vexames que sofrera no Paraguai, os trabalhos a que fora submetida, a saudade imensa de sua estância, tivera a saúde profundamente abalada.
Ao retornar à pátria era um verdadeiro espectro.
Mesmo assim, doente, mulher entristecida, viveu muitos anos. E viveu recordando o seu passado de sofrimento, suas lutas, suas amarguras, contando, sempre a fustigar a memória, o drama dos que morreram durante o cativeiro.
Odiava a guerra.
Não gostava de ouvir falar em soldados.
Morreu pobre, deixando, porém, na história, o seu valoroso nome como símbolo indecomponível de estoicismo e do brio da mulher brasileira.
FONTE: Hélio Serejo, Prosa Xucra, edição do
autor, Presidente Venceslau, 1971, página 44
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