Movimento nativista, hostil aos portugueses, também chamados adotivos ou bicudos, surgido com a abdicação de D. Pedro I, atinge o seu ponto máximo de ebulição em Cuiabá e várias cidades do Estado em 30 de maio de 1834:
Pelas ruas até então silenciosas de Cuiabá, propaga-se a anarquia desenfreada, em berreiro macabramente capadoçal, a que se misturavam o sinal de alarma, o estrondo de portas e janelas, que se arrombam a golpes de alavancas e coices de armas, o hino da desordem, os tiros e as deprecações das vítimas.
Rapidamente se espalhou a notícia dos primeiros assassínios e danos materiais causados aos inimigos.
A nevrose arruaceira cedo atingiu ao paroxismo, ganhando alento nas lojas entregues ao saque onde se embebedava a soldadesca viciada.
O atentado inicial contra os adotivos, degenerava em desordem mais grave, a cujos golpes não se forravam os maiores personagens de Cuiabá.¹
Quatro cabecilhas da Rusga pagaram com a vida sua participação na revolta.
Em 1867, Taunay (autor de livro sobre a Rusga) conheceu em Miranda, Alexandre Manuel de Souza, o Patová, que dirigira “a 30 de maio de 1834, em Miranda, a célebre matança dos portugueses, pelo que fora constrangido a fugir para os lados de Camapuã e Corredor (no sertão entre aquele ponto e Santana do Paranaíba) e lá ficou 30 anos homiziado”.²
FONTE: ¹ Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, XXIV. Página 14; ²Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, SP, sd. Página 34.
FOTO: Almanaque Cuyabá de Cultura Popular.
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