quarta-feira, 30 de maio de 2018

Explode a Rusga em Cuiabá




Movimento nativista, hostil aos portugueses, também chamados adotivos ou bicudos, surgido com a abdicação de D. Pedro I, atinge o seu ponto máximo de ebulição em Cuiabá e várias cidades do Estado em 30 de maio de 1834:

Pelas ruas até então silenciosas de Cuiabá, propaga-se a anarquia desenfreada, em berreiro macabramente capadoçal, a que se misturavam o sinal de alarma, o estrondo de portas e janelas, que se arrombam a golpes de alavancas e coices de armas, o hino da desordem, os tiros e as deprecações das vítimas.


Rapidamente se espalhou a notícia dos primeiros assassínios e danos materiais causados aos inimigos.


A nevrose arruaceira cedo atingiu ao paroxismo, ganhando alento nas lojas entregues ao saque onde se embebedava a soldadesca viciada.


O atentado inicial contra os adotivos, degenerava em desordem mais grave, a cujos golpes não se forravam os maiores personagens de Cuiabá.
¹


Quatro cabecilhas da Rusga pagaram com a vida sua participação na revolta.

Em 1867, Taunay (autor de livro sobre a Rusga) conheceu em Miranda, Alexandre Manuel de Souza, o Patová, que dirigira “a 30 de maio de 1834, em Miranda, a célebre matança dos portugueses, pelo que fora constrangido a fugir para os lados de Camapuã e Corredor (no sertão entre aquele ponto e Santana do Paranaíba) e lá ficou 30 anos homiziado”.²



FONTE: ¹ Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, XXIV. Página 14; ²Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, SP, sd. Página 34.
FOTO: Almanaque  Cuyabá de Cultura Popular.





quinta-feira, 17 de maio de 2018

O nascimento de Eurico Gaspar Dutra






Filho de José Florêncio, combatente da guerra do Paraguai, e Maria Justina Dutra, nasce em Cuiabá, em 18 de maio de 1883, Eurico Gaspar Dutra. Militar e político, foi ministro da Guerra na ditadura de Getúlio Vargas e primeiro presidente da República, eleito depois do Estado Novo.

Batizado em 15 de agosto de 1883, foram seus padrinhos Joaquim Pinto de Souza e Maria Cecília de Souza Menezes, em cerimônia religiosa celebrada pelo cônego Joaquim dos Santos Ferreira, na capela N.S. do Rosário do Coxipó do Ouro.

Iniciou seus estudos em Cuiabá, tendo como primeira professora Bernardina Richie, na Escola Municipal. Ainda na capital de Mato Grosso estudou o Externato São Sebastião e no Liceu Cuiabano, então dirigido pelos padres salesianos. Foi colega do jovem Aquino Correa, mais tarde arcebispo e governador do Estado.

Em 1892, com apenas 16 anos de idade, sem o conhecimento dos pais, alistou-se na tropa do coronel Totó Paes, que disputava o poder com Generoso Ponce, chegando ao posto de sargento.

Reprovado por junta médica em Cuiabá, ingressou na carreira militar, após segunda tentativa, em Corumbá, de onde foi destinado à Escola Preparatória Tática de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul.

Filho de José Florêncio, combatente da guerra do Paraguai, e Maria Justina Dutra, nasce em Cuiabá, em 18 de maio de 1883, Eurico Gaspar Dutra. Militar e político, foi ministro da Guerra na ditadura de Getúlio Vargas e primeiro presidente da República, eleito depois do Estado Novo.

Batizado em 15 de agosto de 1883, foram seus padrinhos Joaquim Pinto de Souza e Maria Cecília de Souza Menezes, em cerimônia religiosa celebrada pelo cônego Joaquim dos Santos Ferreira, na capela N.S. do Rosário do Coxipó do Ouro.

Iniciou seus estudos em Cuiabá, tendo como primeira professora Bernardina Richie, na Escola Municipal. Ainda na capital de Mato Grosso estudou o Externato São Sebastião e no Liceu Cuiabano, então dirigido pelos padres salesianos. Foi colega do jovem Aquino Correa, mais tarde arcebispo e governador do Estado.

Em 1892, com apenas 16 anos de idade, sem o conhecimento dos pais, alistou-se na tropa do coronel Totó Paes, que disputava o poder com Generoso Ponce, chegando ao posto de sargento.

Reprovado por junta médica em Cuiabá, ingressou na carreira militar, após segunda tentativa, em Corumbá, de onde foi destinado à Escola Preparatória Tática de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul.



FONTE: Mauro Renault Leite e Novelli Júnior, Marechal Eurico Gaspar Dutra: o dever da verdade, Editora Nova Fronteira, RJ, 1983, página 12.


FOTO: general Dutra na II Guerra Munidial.



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quarta-feira, 16 de maio de 2018

Começa a derrocada de Totó Paes


Tenente Constantino Paraná,  a polícia contra o governo

Na manhã de 16 de maio de 1906, em Corumbá estoura a revolução cheá, chefiada pelo coronel Generoso Ponce contra o governador Totó Paes, em Cuiabá. O primeiro ataque, encabeçado pelo tenente Clementino Paraná, é contra o quartel da polícia, na rua Santa Tereza, imediatamente submetido. De acordo com os planos pré-estabelecidos, são cortadas as comunicações telegráficas, senha combinada para o desencadeamento das operações nas demais cidades do Estado.

“A população corumbaense - segundo Lécio Gomes de Souza - inclusive senhoras e senhoritas, acolhem efusivamente as notícias dos últimos sucessos e as ruas centrais da cidade regurgitam de povo, trazendo os homens ao pescoço lenços vermelhos e as mulheres, presos aos vestidos, laços de fita da mesma cor, representativa do partido exaltado. A essas manifestações de entusiasmo não se alheiam elementos da guarnição, sem embargo das claras ordens contidas nos regulamentos".


Generoso Ponce chega a Cuiabá no dia 6 de julho, toma a cidade e derruba o governo do cel. Antonio Paes de Barros (Totó Paes).

A primeira revolta de Generoso Ponce ocorreu em janeiro de 1892, quando conseguiu reconduzir ao governo do Estado o advogado Manoel Murtinho, vítima de um golpe conduzido por militares de Corumbá. 


FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., página 94.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Antonio Maria Coelho parte para a retomada de Corumbá


Corumbá, uma cidade em poder do inimigo

Sob o comando do capitão Antonio Maria Coelho, embarca em Cuiabá em 15 de maio de 1868, o segundo corpo de operações na província, destinada a retomar a cidade de Corumbá. Na ocasião o presidente da província de Mato Grosso, José Vieira Couto Magalhães, proferiu a seguinte saudação aos expedicionários:

Soldados da vanguarda do 2º corpo de operação de Mato Grosso!


Há mais de dois anos que o pavilhão paraguaio flutua no território da província, e até hoje, depois do heroico feito de Coimbra, ainda não se disparou um só tiro contra o inimigo.

A esta hora nossos irmãos de todo império estão entre os roncos irados da artilharia de Humaitá, marchando sobre o território inimigo,para vingar as injúrias da pátria.

Só nós, os pioneiros insultados,é que não havemos de ter um louro nessas vitórias gloriosas?

Centenas de famílias, atacadas em Corumbá naquilo que o brasileiro tem de mais sagrado - a honra, ali esperam que as vingue.

Os cadáveres dos nossos concidadãos, que ali morreram depois de martirizados, jazem insepultos a espera de quem os enterre.
Há mais de dois anos que estendeis os olhos para o rio Paraguai,pedindo que vos levem para vingardes esses ultrajes!

Eia! O vale do Paraguai aí se desenrola diante de vós - marchai e cobri-vos de glória!
Quando, daqui alguns dias,voltardes ao centro de vossas famílias, todos vos procurarão ver e abraçando-vos, dirão: - ali vai um bravo!

Soldados da vanguarda! A pátria ultrajada vos diz: - Vingai-vos"!



A expedição chegaria ao seu destino a 13 de junho, dando-se nessa data a retomada de Corumbá ao exército paraguaio.



FONTE: Estêvão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (I volume),2a. edição, Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 238.



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terça-feira, 8 de maio de 2018

Criada a capitania de Mato Grosso



Ato de D. João V de Portugal criou em 9 de maio de 1748, a Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, estipulando as respectivas jurisdições:


Os confins do governo de Mato Grosso e Cuiabá hão de ser para a parte de São Paulo, pelo dito rio Grande (Paraná) e pelo que respeita a sua confrontação com os governos de Goiás e Maranhão, vista a pouca distância que ainda há daqueles sertões, tenho determinado se ordene a cada um dos novos governadores e também ao do Maranhão, informem por onde poderá determinar-se mais cômoda e naturalmente a divisão.

No mesmo alvará foi criada a Capitania de Goiás.


O primeiro governador da nova unidade foi Rolim de Moura, Conde de Azambuja e a primeira capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, às margens do rio Guaporé. 



FONTE: Pedro Valle, A Divisão de Mato Grosso, Royal Court, Brasilia, 1996, página 13.


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domingo, 6 de maio de 2018

A retomada de Cuiabá


População cuiabana festeja vitória do comandante Generoso Ponce. Quadro de José Hidalgo



As tropas do batalhão patriótico Floriano Peixoto, sob o comando do coronel Generoso Ponce, após vários dias de combate nos arrebaldes, finalmente chegam ao centro de Cuiabá, com força total, em 7 de maio de 1892:

De ambas as partes saiam tiros. Em poucos minutos o contínuo fogo vivo, sem tréguas de parte a parte, deixava fora de combate grande número de vítimas.¹

Ficando apenas um batalhão inimigo que entregou-se somente dois dias depois, com a renúncia do coronel Luis Benedito, que ocupava a chefia do governo, Ponce, na condição de 1° vice-presidente, assume a chefia do governo.²


Era o termo de um movimento sedicioso iniciado a 22 de janeiro, na cidade de Corumbá, arquitetado por militares e políticos ligados ao general Antônio Maria Coelho e sustentado pelo coronel José Barbosa, comandante do distrito militar do Estado.


A deposição do presidente Murtinho, a 1° de fevereiro, substituído por uma junta e depois pelo vice-presidente Luis Benedito, eleito em um pleito anulado, provocou a reação do principal líder político do Estado, coronel Generoso Ponce que organizou a resistência em todo o Estado.


No Sul, esteve à frente da resistência, o intendente de Nioaque, coronel Jango Mascarenhas, que tomou os quartéis de Nioaque e Miranda, impedindo o deslocamento de reforços aos rebelados de Corumbá.


Ponce permaneceu à frente do governo somente até a chegada de Manoel Murtinho, que reassumiu e o Estado voltou à normalidade, garantida nos próximos 8 anos, até o rompimento da aliança Ponce-Murtinho.




FONTES: ¹Miguel A. Palermo, Nioaque, Evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 84; ²Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1972,página 64.

sábado, 5 de maio de 2018

O nascimento de Rondon





Filho de Cândido Mariano da Silva e Claudina Freitas Evangelista, nasce em Mimoso, em 5 de maio de 1865, Candido Mariano da Silva Rondon. Tendo ainda muito jovem ingressado à carreira militar, foi o maior sertanista brasileiro de todos os tempos, responsável pela ligação do Norte e Centro-Oeste ao litoral, via telégrafo e o mais consagrado indigenista de nossa história. Rondon é o patrono das comunicações brasileiras. 

“É minha ascendência materna indígena – índios terena e bororo. Com os guaná de quem descendia minha avó paterna, Maria Rosa Rondon, são três as tribos de que descendo.


Eram meus bisavós maternos, pais de minha avó materna, Constantino de Freitas, de origem portuguesa, e Maria de Freitas, mestiça terena, nascida em Miranda. Teve o casal muitos filhos, entre eles, Ana de Freitas Leite Queiroz (tia Aninha), que se casou com Antonio Caetano Leite e Maria Constança de Freitas, minha avó.


Os pais de meu avô materno eram José Lucas Evangelista, bandeirante, e Joaquim Gomes, de Jacobina, localidade do município de São Luis de Cáceres, mestiça de índios bororo da Campanha. Tiveram os seguintes filhos: Ana Silvéria, Tomásia, Maria Francisca, Maria Tomásia, Francisca, casada com Manuel de Sousa Neves, a quem eu chamava ‘dindinha’, porque, com meu avô, me criou até 7 anos e, finalmente, João Lucas Evangelista, meu avô.
Meus avós maternos, João Lucas Evangelista e Maria Constança de Freitas, casaram-se em Miranda. Foram os seguintes os filhos do casal: Joaquim Manuel, João, Miguel, Pedro, Francelino, Antônio, Bartolomeu, Antonia, Balbina, e Claudina, minha mãe.


Casaram-se meus pais, Cândido Mariano da Silva e Claudina Lucas Evangelista, no Mimoso".


Nome de rua em todas as cidades de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, de uma cidade em Mato Grosso (Rondonópolis) e outra no Paraná (Marechal Rondon), Rondon é o único brasileiro que denomina um Estado brasileiro: Rondonia.


FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 14.


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Força brasileira deixa Uberaba

4 de setembro de 1865 Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e min...