sábado, 3 de novembro de 2018

Morre governador Frederico Campos


Frederico Campos não chegou a conhecer o Estado que governaria
 
Preso em Assunção pelo governo paraguaio quando se dirigia a Cuiabá para tomar posse, o presidente Frederico Campos, de Mato Grosso, sucumbe em prisão no país inimigo, em 3 de novembro de 1867.


Bacharelou-se em Matemática. Assentou praça em 14 de janeiro de 1822. Segundo-tenente em 20 de junho de 1823. Participou da Guerra da Independência, tendo então recebido medalha. Promovido a primeiro-tenente em 12 de outubro de 1824, a capitão em 25 de janeiro de 1828, a major em 13 de setembro de 1837, a tenente-coronel graduado em 7 de setembro de 1842 e a efetivo no posto em 14 de maio de 1844, chegando a coronel em 2 de dezembro de 1855.
Pertenceu ao Corpo de Engenheiros.
Presidiu a Província da Paraíba. Em 12 de novembro de 1864, nomeado presidente de Mato Grosso, viajava, para tomar posse, no paquete “Marquês de Olinda”, que foi atacado e capturado por Solano Lopez, um dos fatos que dariam início à guerra contra o Paraguai. Frederico Carneiro de Campos foi feito prisioneiro.

Comendador da Ordem de Avis e dignitário da Ordem do Cruzeiro. Admitido como sócio correspondente do IHGB em 10 de novembro de 1842.

FONTE: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 2017.


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Assembleia Legislativa muda-se para Corumbá





Pressionados pelo presidente Caetano de Albuquerque (foto), a quem tentam cassar seu mandato por questões políticas, os deputados decidem mudar o legislativo de Cuiabá para Corumbá, passando a funcionar no edifício da intendência municipal. A sessão inaugural em 1° de novembro de 1916, é presidida pelo deputado Francisco Pinto, que justificou o caráter extraordinário do funcionamento do poder:

A convocação que tive a honra de dirigir ontem aos meus honrados colegas, convidando-vos para prosseguirmos os nossos trabalhos neste alegre e próspero recanto do solo mato-grossense, tem a dupla significação de um protesto e de um triunfo. 


É um protesto dos mais veementes contra a selvageria de que fomos vítimas na trágica noite de 24 de setembro, contra a desordem sistematicamente organizada pelos diretores intelectuais do partido republicano mato-grossense, com a conivência criminosa do presidente do Estado. E é um triunfo porque representa a vitória da lei e da ordem, reintegradas pelo mais alto tribunal do país, que vem buscar nesta cidade o ambiente de liberdade que Cuiabá nos negou pela presença da força policial e da capangada revoltada por instigação e ordem do presidente contra a Assembléia, poder tão respeitável e tão legitimamente constituído quanto o Executivo que s. exa. detém.


Nesse episódio está a origem da Caetanada, movimento que envolveu todo o Estado em confronto bélico da oposição contra o governo.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973,página 235.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Bandidos atacam delegacia e matam 3 policiais em Camapuã




No início de sua ação criminosa, ligada ao assalto a fazendas em toda a região, o bando dos irmãos Batista, gaúchos que se tornaram conhecidos como Baianinhos, atacam e destroçam em 22 de outubro de 1941, o destacamento policial de Camapuã. Essa que seria uma das primeiras ações da gang, responsável pelo terror na zona rural, até 1944, ganha espaço na grande imprensa nacional:

Um grupo de facínoras alcunhados "Baianinhos", atacou na tarde de 22 do corrente o destacamento policial de Camapuã, morrendo, após renhido combate, em que se portaram com heroísmo, o sargento Elizário Ramos, os soldados Pedro Coelho e Mariano Inácio e o civil Andrade, sobrinho do sub-delegado de polícia.

Esta autoridade também tomou parte na luta, conseguindo, porém, salvar-se. Do lado dos famigerados bandoleiros morreram Victor (Baianinho), comandante do grupo e o paraguaio Gregório. Nas proximidades de Camapuã, no lugar denominado "Agua Santa", já se encontrava uma forte escolta de captura, mandada três dias antes do ataque, ao encalço dos celerados, pois esta delegacia tem tomado as mais severas providências para localizá-los e capturá-los. Logo que se soube do referido ataque foi enviada imediatamente uma grande escolta rumo de Camapuã.


FONTE: O Jornal (RJ) 4 de novembro de 1941.

domingo, 21 de outubro de 2018

Meio século de mandatos







Nasce em Ponta Porã, em 21 de outubro de 1917, Rachid Saldanha Derzi. Médico, formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Rachid Saldanha Derzi iniciou sua carreira política como prefeito de sua cidade natal, em 1942. De 1947 a 50 foi vereador e presidente da Câmara Municipal. Em 1950 volta à prefeitura de Ponta Porã para mais um mandato. Deputado federal por quatro legislaturas (de 1955 a 1971), elegeu-se senador para o primeiro mandato em 1970. Em 1978, reelege-se para o Senado por eleição indireta e em 1986 elege-se senador Constituinte, cargo onde viria a encerrar sua trajetória política em 1994. 

Recordista, exerceu mandatos ininterruptos por durante 52 anos. Faleceu a 10 de janeiro de 2.000, em Campo Grande.


FONTEEnciclopédia Forças Vivas da Nação, página 33

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Iniciado o mapeamento da rota do ouro






Procedente de Vila Bela, então capital de Mato Grosso, em 15 de outubro de 1788, parte de Cuiabá para São Paulo, com a missão de reconhecer os rios do percurso entre Mato Grosso e São Paulo, Francisco José de Lacerda e Almeida (foto), astrônomo da corte portuguesa. Sua longa viagem de reconhecimento oficial reeditou a rota das monções na época áurea da exploração do ouro em Cuiabá, através dos rios Cuiabá, São Lourenço, Paraguai, Taquari, Pardo, Paraná e Tietê e foi criteriosamente registrada em seu diário de bordo, a partir de sua saída de Cuiabá:

OUTUBRO 15 - Pelas 7 1/2 da manhã dei princípio à minha navegação em uma canoa, e levando em minha companhia mais um batelão para em ambas se pudessem acomodar 26 trabalhadores, que tantos eram precisos para as variações nos saltos, de que diante tratarei.

O percurso entre Cuiabá e Araritaguaba (Porto Feliz), no interior de São Paulo, durou até 31 de dezembro de 1788. 


FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida Diário da Viagem pelas capitanias do Pará, Rio Negro, Cuiabá e S. Paulo nos anos de 1780 1790, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 65.

sábado, 11 de agosto de 2018

Pena de morte para escravos


É sancionada pelo presidente da província de Mato Grosso, Antonio Pedro d'Alencastro, em 12 de agosto de 1835, a lei n° 8, que pune com pena de morte, escravos que matarem, ferirem ou cometerem grave ofensa física ao seu senhor, administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Na íntegra o texto da nova lei:

Art.1 - Serão punidos com pena de morte os escravos de qualquer qualidade e sexo que matarem por qualquer maneira que seja, ferirem ou fizerem outra grave ofensa física a seu Sr., administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Se o ferimento ou ofensas forem leves a pena será de açoites e galés perpétuas, segundo as circunstâncias mais ou menos atenuantes.

Art. 2. - Nos delitos acima mencionados e no de insurreição serão os delinquentes julgados dentro do município do lugar onde cometeram o delito por uma junta composta de seis juízes de paz, presidida pelo juiz de Direito da comarca, servindo de escrivão aquele que for do mesmo juiz de Direito.

Art. 3. - Os juízes de paz terão jurisdição em todo o município para processarem tais delitos até a pronúncia.

Art. 4. - O juiz de Direito, reunida a junta dará princípio ao processo, mandando autuar todos os que tiver recebido sobre o mesmo delito, em um só e ajuntar a ele a nomeação dos vogais.

Art. 5. - Satisfeitos estes atos judiciais, se proferirá a sentença final, vencendo-se a decisão por quatro votos, e decidindo, no caso de empate, o juiz de Direito. A sentença, sendo condenatória, será executada no mesmo lugar do delito, sem recurso algum na forma determinada pelo art.38 e seguintes do Código Criminal, presidindo a execução o mesmo juiz de Direito, que deverá fazer assistir ao ato uma força armada e os escravos mais vizinhos em número correspondente à força.

Art.6. - Ficam revogadas todas as leis e mais disposições em contrário.

Esta lei foi revogada em 18 de abril de 1836, por José da Silva, vice-presidente em exercício.
  
FONTE: Coleção das leis provinciais de Mato Grosso, Cuiabá, 1835, edição 00001, página 41.




12 de

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Floriano no governo de Mato Grosso



Herói da guerra do Paraguai, brigadeiro, que depois chegaria a marechal e presidente da República, Floriano Peixoto é nomeado em 9 de agosto de 1884, presidente da província de Mato Grosso:

Eu, o Imperador Constitucional e Perpétuo do Brasil, vos envio muito saudar.


Atendendo ao vosso distinto merecimento e patriotismo hei por bem nomear-vos presidente da província de Mato Grosso. E vós, depois de prestardes juramento nos termos da Carta de Lei de 30 de outubro de 1834; estareis no exercício daquele cargo e fareis observar religiosamente as leis para liberdade, segurança e prosperidade dos povos de dita província, transmitindo à respectiva Secretaria de Estado os esclarecimentos exigidos na circular de 11 de março de 1884.


Escrita no Palácio do Rio de Janeiro, em nove de agosto de mil oitocentos e oitenta e quatro, sexagésimo terceiro da Independência e do Império. (a) O Imperador.¹


Tendo tomado posse no dia 13 de outubro de 1884, Floriano permaneceu menos de um ano no governo, passando-o ao seu vice, Joaquim Ramos Ferreira.

FONTE: ¹Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio, 1952, página 53. ²Demosthenes Martins,História de Mato Grosso, Vaner Bícego Editora, São Paulo, sd, página 47.

Força brasileira deixa Uberaba

4 de setembro de 1865 Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e min...