Um dos
donos da Empresa Mate Larangeira, o ex-governador Manoel Murtinho, escreve
ao seu correligionário e atual governante estadual, Generoso Ponce, em 25 de
outubro de 1907, preocupado com as grandes levas de migrantes do Rio Grande do
Sul que chegavam ao Sul de Mato Grosso:
Acresce que a proposta submetida pela referida empresa à deliberação da Assembleia, além de consultar altos interesses do Estado, tanto no presente como no futuro, conforme se mostrou a meu ver cabalmente, na exposição de motivos, que acompanhou, ainda viria a facilitar a solução de um temeroso problema, que não pode deixar de preocupar a alta administração do Estado.
Aludo à emigração rio-grandense, que de dia a dia vai se avolumando e estendendo pelo sul do Estado, onde os adventícios tratam logo de ocupar terrenos devolutos pela facilidade que encontram e que faz parecer que dentro de mais alguns anos, essa colônia dominará pelo seu número e extensão, toda aquela região, constituindo por assim dizer Estado no Estado.
FONTE: Pedro Valle, A divisão de Mato
Grosso, Royal Court, Campo Grande, 1996, página 23
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