quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Floriano no governo de Mato Grosso



Herói da guerra do Paraguai, brigadeiro, que depois chegaria a marechal e presidente da República, Floriano Peixoto é nomeado em 9 de agosto de 1884, presidente da província de Mato Grosso:

Eu, o Imperador Constitucional e Perpétuo do Brasil, vos envio muito saudar.


Atendendo ao vosso distinto merecimento e patriotismo hei por bem nomear-vos presidente da província de Mato Grosso. E vós, depois de prestardes juramento nos termos da Carta de Lei de 30 de outubro de 1834; estareis no exercício daquele cargo e fareis observar religiosamente as leis para liberdade, segurança e prosperidade dos povos de dita província, transmitindo à respectiva Secretaria de Estado os esclarecimentos exigidos na circular de 11 de março de 1884.


Escrita no Palácio do Rio de Janeiro, em nove de agosto de mil oitocentos e oitenta e quatro, sexagésimo terceiro da Independência e do Império. (a) O Imperador.¹


Tendo tomado posse no dia 13 de outubro de 1884, Floriano permaneceu menos de um ano no governo, passando-o ao seu vice, Joaquim Ramos Ferreira.

FONTE: ¹Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio, 1952, página 53. ²Demosthenes Martins,História de Mato Grosso, Vaner Bícego Editora, São Paulo, sd, página 47.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Paraguaios incendeiam Nioaque




Após ocupar a vila de Nioaque por quase dois anos, o exército de Solano Lopes abandona o vilarejo brasileiro, em 2 de agosto de 1866, não sem antes incendiá-lo. Quando, a 24 de janeiro do ano seguinte, as tropas brasileiras rumo à fronteira, chegaram ao local, Taunay viu por toda parte vestígios do incêndio, poupadas “apenas duas casas e uma pequena igreja de pitoresca aparência. À primeira vista - observa Taunay - agrada o aspecto geral do lugar. De um lado, o povoado e o ribeirão chamado Urumbeva; do outro, o rio Nioac, cujas águas confluem cerca de 900 metros para trás da igreja, deixando livre, em torno desta, à direita e à esquerda, um espaço duas vezes maior. Pequena colina fica-lhe em frente, a pouca distância".  

FONTE:Taunay, A Retirada da Laguna, 14a. edição, Melhoramentos, São Paulo, 1942. Página 37.

IMAGEM: Reprodução do livro Epopéa da Laguna, de Lobo Viana, Imprensa Militar, Rio de Janeiro, 1920, in José Vicente Dalmolin.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Nasce João Ponce de Arruda








Nasce na capital de Mato Grosso, em 27 de julho de 1904, João Ponce de Arruda. Engenheiro civil, político, jornalista e poeta. Foi prefeito de Cuiabá, presidente da Junta Executiva Regional de Estatística, presidente do Diretório da Geografia e secretário geral do Estado de Mato Grosso. Deputado estadual em 1935 e federal em 1945, chegando a líder do PSD na Câmara dos Deputados. 

Governador do Estado entre 1956 e 1961, criou e instalou a Cemat, Centrais Elétricas de Mato Grosso, que se tornou concessionária desses serviços nos municípios de Cuiabá, Rosário Oeste, Ladário, Corumbá, Aquidauana e Campo Grande.¹ Como deputado constituinte, em 1945, Ponce foi o autor da emenda às disposições transitórias da nova carta, acabando com o território federal de Ponta Porã.²

Faleceu em 17 de maio de 1979 em sua cidade natal.


FONTES: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973. Página 23. ²Demósthenes Martins, Poeira da Jornada, edição do autor, Campo Grande, página 125.

domingo, 15 de julho de 2018

Bispo de Cuiabá inicia viagem ao Sul do Estado



Dom Luis, prelado de Cuiabá, chega a Corumbá em 15 de julho de 1886, em sua primeira viagem ao Sul de Mato Grosso. Sua parada inicial na região é narrada pelo escriba da missão, cônego Bento Severiano da Luz:

Na madrugada do dia 15 o vapor fundeou no porto de Corumbá e logo que amanheceu o povo aglomerou-se ali para ver o desembarque de S. Exa. Rvma. Às 7,00 horas vieram a bordo os srs. capitão de mar e guerra Francisco Freire Garção, o rvmo. padre encarregado da paróquia e outros cavalheiros entre os quais o sr. tenente Gomes Esteves, que fez grandes oferecimentos ao sr. Bispo e muito alegrou-se pela honra que deu-lhe S. Exa. indo hospedar-se em sua casa.

As 8,00 horas o prelado saltou em terra, sendo-lhe prestadas as continências militares de estilo, ao meio dia realizou-se o ingresso solene na matriz da freguesia, sendo S. Exa. rvma. recebido à porta do templo pelo rvmo. vigário. Findas as cerimônias costumadas, o sr. bispo pregou anunciando aberta a visita pastoral e quais seus fins e depois mandou publicar as indulgências.
Em frente à matriz se achava uma guarda de honra.


Ultimado o ato religioso, S. Exa. recolheu-se para a casa de sua residência, até onde teve um brilhante acompanhamento.



FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, sd., página 133.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

A traição do comandante paraguaio




Morto em combate na batalha de 13 de junho, o tenente-coronel Hermogenes Cabral, comandante militar de Corumbá, foi acusado por seus comandados, de haver cometido ato de traição, contra o Paraguai. A denúncia foi formulada em 28 de junho de 1867, pelos soldados em fuga, a bordo de um vapor de guerra, ancorado em Albuquerque, ainda sob domínio do exército e marinha paraguaios:

Com o mais profundo respeito cumprimos o dever de levar ao conhecimento de V.E. que tanto os oficiais, como as tropas de marinha e terra, que estamos aqui dispostos a fazer quantos sacrifícios demandem a honra às armas nacionais, em vista do acontecimento sumamente desagradável da invasão de nossa praça de Corumbá pelo inimigo, e ainda mais pela traição infame do tenente coronel Hermógenes Cabral, juntamente com o capelão; todos unanimimente estamos com o mais ardente dever de correr presurosos a dar o condigno castigo a esses pérfidos inimigos, protestando desde logo contra o execrável comportamento do comandante Cabral, o capelão e demais traidores, e renovando à V. E. nosso patriótico juramento de que jamais consentiremos tão vilã humilhação, preferido mil vezes morrer combatendo ao inimigo, que deixar um borrão sobre o brilho de nossas armas e o nome de nossas famílias.

Deus guarde à V. E. muitos anos.

A bordo do Vapor Nacional de guerra Salto de Guairá no porto de Albuquerque Junho 28 de 1867.

Romualdo Nuñes, Ezequiel Roman, Mamerto Barreiro, Angel Fernandez, Manuel Delgado, Felipe Morales, Miguel D. de Doncel, Geronimo Candia, Bias Paez, Eduardo Zarate e Juan José Rivarola.
 

A parte não especifica o ato de traição cometido pelo comandante. Dados disponíveis na Biblioteca Nacional do Paraguai resumem: 

El Mariscal López dijo que se vendió a los brasileños y estigmatizó su memoria. De hecho, algunos autores sostienen que se enamoró de una brasileña y que ella lo vendió a él y a la guarnición.


FONTE: Jornal El Semanário (Assunção,PY) 20 de julho de 1867; Biblioteca Nacional Paraguai (goo.gl/USHgCd)

FOTO: acervo da Biblioteca Nacional do Paraguai.

domingo, 24 de junho de 2018

Pena de morte em Cuiabá




O juiz de Direito de Cuiabá, Antonio José da Silva e Guimarães, profere em 24 de junho de 1835, a sentença aos principais cabecilhas da Rusga, movimento nativista que massacrou comerciantes e líderes portugueses (bicudos) na capital da província em 30 de maio de 1834:

Conformando-se com a decisão dos Juízes de Fato, condeno os réus Vitoriano Gomes, Manoel Ciríaco, José Ferreira da Silva e Francisco Pereira do Nascimento à pena de morte, que será dada na forca, com as solenidades dos artigos 30 e 40 do Código Criminal, visto constar do presente processo plenamente serem os ditos réus os que haviam mortos os brasileiros adotivos os sargentos mores Antonio Joaquim Moreira Serra e Antonio José Soares Guimarães, de caso premeditado, e ânimo corrompido, e depois passaram a roubar as casas, fazendo arrombamentos e partilharam entre si, os mais companheiros, todo o dinheiro, ouro, prata e tudo mais quanto puderam conduzir fazendo violências às casas e às famílias: e aos réus Joaquim Leite Pereira, Joaquim José de Santana, Antonio da Silva Pamplona e João da casa de Ana Joaquina, os condeno em Galés perpétuas, visto que ajudaram mutuamente a perpetração dos roubos e arrombamentos e a Geraldo Justino e Antonio Euzébio os condenei a cada um a quatro anos de prisão com trabalhos e na multa de vinte por cento do valor furtado, visto que somente roubaram; e a José Anastácio Fernandes o absolvo da culpa e pena, visto não ser cúmplice e pagarem todas as custas.


FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato-Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 48.


FOTO: Alencastro, a primeira praça pública de Cuiabá.

domingo, 10 de junho de 2018

Noticia da abolição chega à capital


É publicada, no jornal A Província de Mato Grosso (Cuiabá)  em 10 de junho de 1888, a notícia da abolição da escravatura no Brasil, com a publicação da lei Áurea, sancionada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888:

  

Força brasileira deixa Uberaba

4 de setembro de 1865 Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e min...